A cidade que queremos
Em meio ao momento histórico em que vivemos, em que grande parte da população está nas ruas reivindicando (e conquistando!) a redução das tarifas de ônibus nas grandes cidades, recebo com muita satisfação o convite para escrever sobre o Programa de Metas que se iniciará em Jundiaí.
Se isso é uma novidade no setor público, a iniciativa privada tem essa prática como cotidiana em suas organizações.
Fazer um diagnóstico claro da situação atual, conhecer exatamente o contexto sócio econômico em que nos encontramos, definir um plano de ação e formas de monitoramento.
Em se tratando de um plano metas para um município, o processo exige antes de tudo transparência e participação. Não se pode pensar uma cidade sem integrar completamente os cidadãos e é necessário que se promovam audiências públicas e que se construa uma ferramenta capaz de promover integração e participação via web também.
Não só a construção das metas e do plano de ação devem ser participativos. Acompanhar a execução deste plano é ainda mais importante e o mesmo deve ser revisto periodicamente.
Essa construção pública e transparente é que nos possibilitará uma visão da cidade que seremos no futuro.
É sem dúvida uma grande oportunidade e que deve ser muito bem aproveitada, deixando de lado principalmente as questões partidárias, eleitorais e ideológicas.
Cada vez mais devemos exigir que mecanismos como estes sejam adotados pelo Poder Público. Comparo essa ferramenta de gestão a Lei de Responsabilidade Fiscal, que trouxe enorme avanço, moralização e principalmente racionalização do uso do dinheiro público.
A população dá sinais claros de que não vai mais tolerar decisões unilaterais que de alguma forma prejudiquem o seu dia a dia. Evitar a descontinuidade de políticas públicas, agir com transparência e com planejamento são mais que boas práticas de boa governança, são condições inegociáveis da democracia contemporânea.
É um caminho sem volta.
* Cristiano Pierobon é Diretor Presidente da Fundação Cultural Anhanguera – TV Rede Paulista
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