Auditoria no Jardim Botânico
Olívia encontrou a porta aberta, mas a casa um tanto vazia.
(fotos) Havia acordado sabendo como seria a manhã. Fazer planos para as primeiras horas de sol de um domingo se torna uma tarefa fácil de ser mantida; são raros os acontecimentos que alteram os habituais primeiros movimentos deste dia da semana. Por aqui, a casa já estava funcionando e o fim do horário de verão adiantava um pouco a vontade de sair.
Assim, chegamos ao plano ou escolha, não destas feitas de uma vez, mas daquelas que vão crescendo e sendo construídas aos poucos; Pedalar na Ferroviários aos domingos. Re-ocupar este que por muito foi espaço de ciclistas, senhoras e famílias caminhando e conversando à beira da ferrovia.
Rua Brasil, Barberinho, Lavanderia Madrid, Divino e Fábrica Japy. Nomes próprios da Vila Arens e que fizeram meu caminho até a segunda escolha da manhã: passar pelo Nacional e adentrar a feira de domingo. As pessoas ali se lembram da Ferroviários dos domingos e também a ocupavam. Gostava de vê-las assim.
Plano e rápido, meu caminho foi do mesmo jeito que a própria avenida. Ela como uma ligação expressa e eu querendo ganhar força e velocidade. Logo estava na frente do Jardim Botânico, desejando re-conhecê-lo. Já havia estado ali poucas vezes, mas pela primeira delas como ciclista. Poderia entrar? Havia bicicletário? Sim e não. Ótimo!
Entrei devagar, respeitando os caminhantes e as boas subidas do Jardim, que levam a inúmeros terraços com vistas, sombras e bancos que garantem refúgio a qualquer um. Não tinha nenhum livro comigo e nem mesmo a vontade de descansar. Como disse, era uma primeira vez ali e queria conhecer cada espaço.
Desde o lago principal, com tubos oxidados, com vigas futuristas de uma passarela por vir, até as estufas ainda vazias, prometendo bromélias, cactos e espécies raras. Rios, cascatas e mesmo lagos. Vazios. Um jardim repleto de futuras instalações que se misturam com um cuidado também futuro. Falo deste que premiou meu domingo e que pode oferecer ainda mais aos jundiaienses. Talvez o “futuro” de tantas placas tenha me inspirado a sonhar com um jardim perfeito e com placas também melhores, que não só prometam, mas digam quando.
O Jardim é verdadeiramente lindo e oferece cantos para todos, com sombras, sóis, bancos e gramados. Sua parte alta é mais charmosa que as entradas, de lagos vazios e órfãs de futuras instalações. Desde cima, vimos como seu contorno abraça o futuro SESC. Torço para que este faça o mesmo e para que a Prefeitura mude de posição e esforce-se num estender permanente de braços para abraçar aos dois.
*diário originalmente publicado no blog diarioduns.blogspot.com
Legal professor, viajou muito hen mas fala sério, lá é um lugar especial! É, melhor ainda é que você foi de bike! Áh, parabéns pelo texto, escreve muito bem, adorei! abraço
Cara, valeu pelas palavras e pelo carinho! De verdade, sinto que esse relato só existiu por ter sido de bicicleta. Os olhares e redescobertas estão intimamente ligados ao ” ponto de vista da bicicleta “mais rápido que uma caminhada, mais lento que um trem e ligeiramente mais alto que o de uma pessoa”, o que aparentemente muda tudo.” como li numa ótima matéria da Página 22 e que linko aqui:
http://pagina22.com.br/index.php/2011/05/se-essa-rua-fosse-minha/
Vale a leitura e você certamente vai adorar!
um abraço,
henrique