Dois tropeços de uma escuta fraca
Vindo do I Seminário Nacional de Participação Social, do qual tive a honra de participar como convidado, trouxe comigo um conceito aprendido; o de escuta fraca ou forte. Esta, quando construída como um projeto integrado de secretarias e poderes, construindo processos presenciais e digitais, dando respostas aos participantes e deixando claro o sentido da participação (como, quando e onde participar), bem como os resultados dessa participação (o que mudou, foi alterado e aperfeiçoado graças a cada participação). O primeiro, de escuta fraca, é quando eventos, reuniões e debates são feitos com o objetivo maior de “criar uma imagem de participação”, sem deixar claro o sentido e a efetividade da participação. A diferença está em reconhecer, valorizar e estimular as lideranças sociais ou, por outro lado, cansar e criar a sensação de que a reunião chata e demorada não serviu para nada.
Tenho pensado como esse conceito ajuda a enxergar nossa cidade e, mais rápido do que pensava, dois acontecimentos ilustram bem o que seria uma “escuta fraca”.
Dividir para conquistar?
Há muita discussão para saber qual peça é mais importante, se o Orçamento ou se o Plano Diretor. Não há ninguém, por outro lado, que não reconheça que ambos são a expressão máxima de um projeto de cidade e que, por esse motivo, precisam ser cuidadosamente pensados e construídos. Além disso, que precisam ao máximo envolver, ouvir e responder aos moradores, afinal, uma cidade não se constrói sem os que nela vivem e sonham. Choca (aqui serei concreto) receber a notícia de que a Audiência do Plano Diretor da Serra do Japi será no mesmíssimo dia e hora da Audiência do Orçamento de 2012. Será impossível acompanhar as duas e nesse atropelo cidadania de Jundiaí pode ficar perdida nos curtos quilômetros que separam a Câmara da Prefeitura.
4 dias para construir a cidadania
Prometida desde o começo de 2010, a ampla e participativa revisão do Plano Diretor da Serra do Japi tem convivido com confusões e parece perdida, como em mata fechada e sem condições de ler os sinais da natureza e da sociedade, indispensáveis para um caminho seguro. Com projetos e versões novas a cada semana, o projeto final foi prometido para amanhã, quando será divulgado na internet. Outra divulgação, presencial, está marcada para o dia 06/12. Caros jundiaienses, vizinhos de Japi, teremos quatro dias para uma verdadeira expedição pelas incontáveis páginas, índices e artigos da lei! A que tudo indica, o projeto será enviado para a Câmara e, na noite de Natal, será votado! O chiste não é sem motivo: em 2004 a mesma lei foi aprovada em 29 de Dezembro, na correria e dificultando o acompanhamento cidadão.
Aqui em Várzea Paulista o que se assistiu na alteração do plano Diretor é igual ou pior do que esta havendo em Jundiaí. Aqui na cidade o Plano Diretor foi construído com ampla participação da população porém está sendo dilacerado sem NENHUMA participação popular. E para que serve a participação popular ? Ela deveria servir para contrapor o interesse social ao interesse econômico , equiparar o interesse de TODOS ao interesse de todos.
É válida a abertura concedida pelo prefeito aqui de Várzea Paulista e pelos vereadores mas é preciso deixar de lado os métodos de cochico ( escuta fraca) , os governantes de uma modo geral , de todos os partidos precisam parar de tentar PARECER DEMOCRÁTICOS E PASSAREM A SER DEMOCRÁTICOS DE VERDADE.
Infelizmente nossos esforços continuam aplicadas e falar alto o bastante para que possamos ser ouvidos, quando na verdade o ideal seria podermos falar baixo e aprimorar a qualidade dos nossos argumentos… Mas infelizmente sem gritar eles ainda não conseguem nos ouvir. Mas ainda assim as vezes se fazem de surdos.
Vamos em Frente.
Sabe Henrique. Eu e o Cesar Tayar ja sabemos disso tudo a mais de 15 anos, por isso desistimos desse governo e passamos a lutar do outro lado. Eu fico sempre encantada com a postura da Voto consciente e sua persistencia. Porque isso é processo, já não é mais so a vanguarda que luta, são voces, jovens sérios e visionários que enxergam também a cidade como um todo. Um mundo coletivo que precisa ser respeitado pelas lideranças ativas. As articulações da situação para desviar foco, desvirtuar noticias, e porque não dizer claramente, engambelar o povo vem desde os romanos, passa por outros maquiavelistas que tem por objetivo, se perpetuar custe o que custar. Mas eu vejo uma luz no fundo deste túnel. E são voces, jovens sérios e comprometidos com a cidadania e com o coletivo. Somente voces tem o poder de banir os corruptos da política. De alguma forma, se eu puder ajudar estou a disposição. Abçs e força nesse projeto que tem tudo pafra dar certo.