Filiação partidária cada vez mais baixa
20/3/2009

Poucos jundiaienses participam da política local
Dos 258.547 eleitores de Jundiaí, apenas 14.036 têm filiação a partidos políticos na cidade. Ou seja, 5,43% das pessoas aptas a votar no município nas eleições estão vinculadas a alguma legenda.
Mas, se em princípio o índice parece baixo, na prática ele é ainda menor, segundo o cientista político da Unicamp (Universidade de Campinas), Valeriano Costa. “Os mais de 14 mil não correspondem aos verdadeiros participantes da vida política na cidade. Está superestimado. Os participantes devem estar em torno de 1% ou menos”, analisa. “Na realidade geral, os filiados só participam da política nas eleições.”
Das 24 siglas registradas nas duas zonas eleitorais da cidade, 18 apoiaram a candidatura majoritária do PSDB. Outras seis fizeram oposição aos tucanos. As estatísticas podem explicar a vitória no primeiro turno e a predominância do partido no poder da cidade há quase 20 anos. Mesmo não sendo a legenda com maior número de cadastrados (1.781), o PSDB consegue reunir militâncias e candidatos a vereador em partidos menores. A massa de filiados situacionistas chegou a 83,83% no pleito de 2008.
A ocorrência dos chamados ´partidos de aluguel´, no entanto, pode se tornar negativa para Jundiaí, segundo o cientista. “É ruim à medida que as legendas deixem de expressar interesses de parte da sociedade para refletir o interesse de pequenos grupos que controlam os partidos”, alerta.
Já o PT, por exemplo, com 1.976 filiados (o segundo maior) não fez coligações no pleito do ano passado e, sozinho, acabou na terceira colocação com o então candidato a prefeito Gerson Sartori. “Por isso defendo a reforma política urgente. Porque o eleitor acha que está votando na pessoa, mas está votando na coligação”, defende Sartori, que é vice-presidente do PT local. Segundo o especialista da Unicamp, é normal o fato do número de filiados ser maior nos partidos com vínculo ao governo. “Essa é uma tendência da sazonalidade de filiação.”
Mais que o número, Ari Castro analisa a importância da participação interna do partido na vida política da cidade. “O PTB faz apenas três ou quatro reuniões no ano. Mas, sempre estão presentes pelo menos 500 pessoas.”
Com dois vereadores na Câmara (Enivaldo de Freitas, o Val, parlamentar mais votado na cidade, e Marcelo Gastaldo), a sigla foi uma das que mais puxou votos para a coligação majoritária tucana no ano passado. “Nunca fizemos menos que 20 mil votos na cidade”, ressalta.
THIAGO GODINHO
fonte: JJ
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