Jundiaí e seus Terminais de Ônibus
Há 40 anos, 98% das linhas intermunicipais partiam todas de estação rodoviária. Cidades conurbadas eram poucas. Dessa forma, o transporte entre cidades era operado normalmente com ônibus rodoviários, de uma porta apenas para embarque e desembarque.
Até mesmo bairros distantes e isolados das áreas urbanas, como Traviú e Jacaré, eram servidos por estes veículos. As cidades cresceram, se conurbaram, o fluxo de passageiros que embarcam e desembarcam durante o trajeto aumentou consideravelmente. Assim veio a necessidade destas linhas serem operadas com veículos de duas portas e que permitem passageiros em pé. Correto. A troca de veículos não foi problema para as empresas, mas o problema veio para muitas administrações municipais, que nos entraves políticos com o governo estadual, não projetaram terminais urbanos com suburbanos e estações rodoviárias.
Isso resultou em problemas gigantescos na questão da mobilidade dos passageiros em diversas cidades. A pessoa chega de uma longa viagem, desce na rodoviária, e para se dirigir a uma cidade vizinha, não encontra informações na própria rodoviária. Ela precisa perguntar aos motoristas de ônibus urbano ou taxistas para conseguir tal informação. E para chegar aos pontos improvisados de tais linhas suburbanas, na maioria das cidades essa pessoa terá que se deslocar de táxi ou ônibus urbano.
Em Jundiaí, o projeto SITU não englobou o transporte suburbano. Ele foi centrado na mobilidade urbana, de passageiros do transporte municipal. Tanto que pouco tempo atrás se cogitou a possibilidade de se fazer um terminal suburbano para as linhas de Itupeva, Cabreúva e Indaiatuba no terreno em frente ao Parque da Uva, ao lado do Jardim Ana Maria. Pergunta: como os passageiros se deslocariam dali para o centro? A pé ou pagando mais uma passagem, agora do transporte urbano? Em outra ocasião, a proposta do poder público era construir um terminal para as linhas de Várzea e Campo Limpo na Vila Cristo, integrada a um terminal urbano que nunca saiu do papel. Mas se este terminal integrado saísse do papel, e o terminal para a região de Itupeva? Será que pensaram somente num lado da moeda?
A realidade de Jundiaí hoje é esta: terminais urbanos nos bairros, um no centro e outro próximo ao centro (o da Vila Arens) e uma rodoviária na beira da rodovia mais importante. Linhas suburbanas: divididas em três áreas distintas do centro: Praça Rui Barbosa, Rua Engenheiro Monlevade ao lado do Supermercado Extra e sobre o viaduto da Avenida Jundiaí. São pontos de ônibus simples, com coberturas pequenas (no da Engenheiro Monlevade sequer tem cobertura) e não possuem sanitários para os motoristas e cobradores.
Os estudos técnicos sobre mobilidade regional recomendam que os terminais suburbanos sejam anexos às estações rodoviárias ou terminais urbanos. Em Jundiaí a nova rodoviária é isolada e não possui espaço suficiente para construção de terminal urbano ou suburbano, bem porque existe projeto para construção de alças de acesso para transpor a rodovia Anhanguera. As linhas para Cajamar e Jordanésia podem atender a rodoviária como ponto de passagem, o mesmo pode ser feito com a linha de Itupeva passando ao lado do Terminal Eloy Chaves, eliminando o risco que os passageiros correm nos pontos à beira da rodovia. Enquanto governo municipal e estadual não trata do assunto, pequenos ajustes podem contribuir para a mobilidade dos usuários das linhas suburbanas.
- Sistema Viário e Transporte nos ultimos dois anos em Jundiaí - 12/11/2014
- O Simbolismo das Praças - 24/10/2014
- Jundiaí e seus Terminais de Ônibus - 13/10/2014
Não tenho nada a acrescentar no texto. Uma cidade com o porte e a importância econômica de Jundiaí precisa de um projeto para décadas, mesmo que a sua realização ocorra por partes, conforme a disponibilidade orçamentária.
Esse crescimento “a lá lego” (comprando e montando conforme a criatividade do momento) não é compatível com a grandeza da nossa cidade.