O Renascer do Bosque
Há muito tempo que o nome Bosque não aparece nos mapas de Jundiaí. Mas ele existe. Sobrevivendo aos trancos e barrancos entre o Jardim Messina e o Jardim Bonfiglioli, uma área nobre de nossa cidade.
Esta área verde sempre foi subutilizada pelos moradores daquela região, e nunca figurou como opção de lazer para o jundiaiense, já que praticamente toda a cidade desconhece o local. Nunca apareceu nos guias ou nos itinerários de ônibus. Afinal, o único bosque de Jundiaí não oferece atrativo, apenas a quietude do bairro e a contemplação das árvores. Neste caso, poderia ser um ponto de convivência para encontro de amigos, bate-papo e lazer para as crianças. Uma biblioteca ficaria muito bem ali, pois o sossego é ideal para a leitura ao ar livre. Pela pesquisa sobre hábito de leitura que fiz no bairro, o Jardim Messina e o Bonfiglioli possuem um grande público acima dos quarenta anos de idade que é fiel à leitura. A população sexagenária também é considerável naquela região, e esta parcela pouco sai de casa devido ao problema crônico da insegurança.
No decorrer dos anos, o Bosque – também conhecido como Bosque do Bonfiglioli – ficou com má fama devido à precariedade de suas instalações e a segurança. O espaço é grande para apenas um zelador, o ideal seria haver um posto policial no local, já que suas dependências por muitas vezes foi utilizada para consumo de drogas. Isso contribuiu para afastar os moradores e principalmente as crianças.
Sabemos que as regiões periféricas da cidade necessitam de áreas de cultura, esporte e lazer. De uns anos para cá tivemos inaugurações de importantes áreas, como o Jardim Botânico do Jardim das Tulipas, a área de convivência entre o Almerinda Chaves e o Novo Horizonte, e em breve o Jardim do Lago e o Morada das Vinhas também ganharão tais espaços. Por que não transformar uma área já existente há tantos anos como o Bosque do Bonfiglioli? Afinal, todos os bairros merecem o mesmo tratamento. Se na periferia temos crianças e adolescentes em situação de risco, em áreas nobres temos muitas vezes uma população idosa que precisa de um espaço de convivência para sair dos “presídios domésticos”. É questão de saúde. Saúde física e mental, pois o Bosque pode muito bem receber equipamentos de ginástica e cultura. E muito mais, basta boa vontade política para transformar o local. O Bosque está agonizante, este é o termo mais adequado para classificar a situação em que ele se encontra. É urgente a sua revitalização para tirar as pessoas de dentro de suas residências, para usufruírem da beleza do bairro, rever velhas amizades e também conhecer os novos habitantes da região, que são os moradores dos prédios recentemente erguidos no entorno.
O renascer do Bosque é questão de qualidade de vida. Para aquela região e para todos os jundiaienses conhecerem a joia esquecida em meio a um dos bairros mais bonitos e tradicionais da cidade.
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