Para onde vai o PDT? / Bardi invoca virada no partido
6/3/2009

Vereador José Dias foi cobrados por filiados do PDT: de que lado está?
Em reunião, ontem à noite, para discutir a postura dos dois vereadores do PDT na Câmara, o partido revelou que está longe de ter uma definição unânime. Entre os 14 presentes ao encontro, tendências tanto de oposição como centro e até de situação foram reveladas.
O debate foi aberto com a opinião de filiados que cobraram postura dos vereadores José Dias e Fernando Bardi – este não compareceu ao evento. “O que o PDT decidiu quando veio para a oposição era fazer um projeto político, não politicagem. Mas o que os nossos dois vereadores estão fazendo na Câmara é ´palhaçada´”, cutucou o filiado Antônio Carlos Bezerra. “A democracia perde a força se a cidade ficar apenas com os vereadores do PT na oposição”, concordou o militante Lázaro Ribeiro.
Já o tesoureiro do partido, Ismael Antônio Batista, usou de artilharia pesada para convencer os demais membros pedetistas sobre a necessidade de compor a oposição no Legislativo. “O PDT não é partido prostituta como tem muitos por aí. Não é partido de funilaria como andam dizendo por aí”, bradou.
Em direção a Zé Dias, ele lembrou do momento em que o parlamentar teve rejeitado pela maioria da base aliada projeto que cobrava qualidade do asfalto nas obras da cidade. “Você sentiu o gosto amargo do que é ter um pedido negado só por ser oposição. Todo mundo votou contra. Você viu como não temos necessidade de ficar de cócoras para a administração”, alfinetou. “Não votar a favor de requerimento que pergunta sobre horário de ônibus é ficar de ´4´ na minha opinião.”
Em meio ao discurso, Batista revelou que o PDT negociou longamente uma coligação com o PSDB nas eleições do ano passado. “Nós tentamos muitas vezes, mas fomos preteridos.”
Após os discursos mais radicais, o PDT mostrou sua face situacionista na metade da reunião. Depois de criticar a organização da legenda, que não lhe deu espaço para concorrer à Câmara em 2008, o ex-vereador Alexandre ´Ferrinho´ Rossi sugeriu que o partido se alie à administração tucana. “Qual diferença farão dois votos na Câmara?”, indagou. “Existe uma lei da física que diz: contra a força não há resistência.”
Entre os discursos das duas pontas, coube ao presidente da legenda, João Henrique dos Santos, uma idéia intermediária. “Precisamos lembrar que o PT foi nosso adversário nas eleições e bateu na gente para caramba”, iniciou. “Confio nos nossos dois vereadores e sugiro neste momento que eles tenham postura independente.” A definição do futuro do PDT, no entanto, só deve ocorrer em nova reunião, na semana que vem, quando membros da Executiva Estadual do partido comparecerão a novo encontro.
Entenda o PDT – Desde que assumiram as cadeiras no Legislativo, Bardi e Zé Dias têm sido cobrados para que assumam uma postura oposicionista na discussão e votação dos projetos. Durante a campanha eleitoral do ano passado, o PDT se aliou ao PCdoB do então candidato a prefeito Pedro Bigardi. A partir do início desta legislatura, contudo, a bancada pedetista preferiu não se aliar aos vereadores do PT, Marilena Negro e Durval Orlato.
THIAGO GODINHO
fonte: JJ
____________________________________________________________________ EM CARTA
6/3/2009
“Não estarei subordinado a quaisquer partidos ou grupos políticos. Isso dá ao PDT uma cara nova”, inicia. “O PDT deixará de ser coadjuvante como sempre foi e escada para escalada de candidatos que usaram a legenda como apoio.” Bardi é enfático ao analisar a reunião de ontem como pressão em disputa eleitoral interna. “Tem gente dentro do partido que não ganhou a eleição e agora está descontente.”
Nos bastidores cogita-se que o presidente do PDT, João Henrique dos Santos, tenta afastar Bardi e José Dias dos cargos na Câmara por infidelidade partidária – João Henrique é um dos suplentes a vereador do partido e assumiria uma das vagas neste caso.
fonte: JJ
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