Preservação do patrimônio histórico e cultural
Apesar do empenho dos diversos agentes da administração pública municipal de Jundiaí, que fazem esforços diretos (o trabalho propriamente dito de guarda, posse e cuidado com documentos, imagens, etc) e indiretos (debates, discussões sobre a relação entre museu e educação) para ajudar na luta pela preservação do patrimônio histórico e cultural, há décadas um projeto efetivo para consolidar uma política municipal de preservação não vinga. Os esforços são limitados na medida em que não encontram respaldo financeiro para desenvolver um trabalho a contento. O orçamento do setor da cultura é precário.
A inexistência de um conselho municipal de preservação de patrimônio democrático e de uma articulação entre os museus (ou o que sobrou deles) existentes na cidade, prejudica qualquer tentativa de promover essa política. Um aspecto que chama a atenção é o não investimento em um corpo técnico qualificado, através de concursos públicos, como historiadores e historiógrafos, técnicos em preservação documental,
Alguns anos atrás, um importante marco da cultura local, espaço público no qual vários registros de memória se consolidaram, a concha acústica do parque da uva, foi literalmente derrubado a golpes de marreta. O prefeito, na ocasião, dizia que o local não era componente do patrimônio histórico. A fala correspondia a uma falta de sensibilidade característica no imaginário comum, como se a definição do que deve ser considerado para preservação fosse exclusividade do mandatário do cargo público.
Há em nossa cidade uma gama variada de espaços públicos, celeiros de documentação e memória, que não encontram guarida nos intentos preservacionistas. A boa vontade de meia dúzia de cidadãos interessados na matéria destoa em relação à falta de projetos.
Além do mais, não há sequer discussão sobre o conceito de preservação e as interpretações que campeiam o que de pouco se faz, estão ainda voltadas à visão tradicional, que e reduz o ato de preservar ao ato físico. A não existência de um corpo técnico especializado inviabiliza a produção de um olhar mais crítico sobre a história local, fazendo com que, experiências e modos de vida, sejam desconsiderados na constituição da vida da cidade. O primeiro passo para reverter esse processo é ampliar os recursos da Secretaria de Cultura. Para tanto, o legislativo e o executivo, também precisam de assessoria e pressão popular.
- Educação como cuidado - 15/03/2014
- Avanços importantes - 18/07/2013
- Atendimento em Creches - 25/12/2012
O Patrimônio Histórico e Cultural é visto como supérfulo e numa visão subjetiva. Realmente deveria haver um debate sobre o tema em diversos setores e ter um apoio técnico nas Prefeituras.
Acredito que as Universidades deveriam dar sua contribuição diretamente nas cidades tanto nas zonas rurais e urbanas.
A adminsitração pública fica livre de escolher o que preservar, sem muita discussão nem análise técnica de urbanistas. O imóveis devem ser analisados também por historiadores, geógrafos, arqueólogos, sociólogos. A memória é interesse de toda a nação e não somente dos políticos, que muitas vezes têm autonomia de decidir ao seu bel prazer o que demolir ou preservar. Quando os particulares têm interesse sobre o bem, e olhar o local como empreendimento lucrativo, o patrimônio fica em segundo lugar e logo é descaracerizado e/ou demolido.
O patrimônio cultural é defendido pelo artigo 216 da Constituição Federal, mas há subjetividade em definir o que deve ser conservado. Assim a decisão , na maioria das vezes é feito pelo setor executivo de cada município. O CONDEPHAAT, no caso do Estado de São Paulo demora muito para analisar e decidir o tombamento. Mesmo assim, não tem recurso de fiscalizar e acompanhar os bens já preservados.
O que precisaria é a união acadêmica das Universidades e ter um olhar mais científico sobre os bens imóveis e móveis que contam a história local.
A população também precisaria ser informada sobre os benefícios da conservação e preservação da memória nacional .
Os municípios precisariam também ter políticas de preservação e dar benefícios aos proprietários que conservam bens imóveis que ajudem a preservar a memória histórica do País. Isso valoriza a própria cidade que o faz. Já temos exemplos disso.